Alunos estão indo mais cedo pra casa |
Secretaria de Educação mandou estudantes voltarem para casa
já que município está sem recursos
A semana está sendo de angústia e tristeza para milhares de
estudantes e seus responsáveis em Ourilândia do Norte. Eles receberam a notícia
que os alunos não terão a carga horária completa de aulas nas escolas do
município e que o horário de término das atividades será às 10h (para quem
estuda pela manhã), e às 16 h (para os alunos do turno da tarde). A medida, que
iniciou na última segunda-feira (5), ainda não tem previsão de término e
ninguém sabe quando as atividades escolares serão regularizadas.
Estoque de merenda acabou |
De acordo com um grupo de vereadores do município, que fez
vistorias em várias escolas nesta terça-feira, a ordem de dispensa antecipada
dos alunos partiu da Secretaria de Educação de Ourilândia, que informou que não
há merenda escolar para oferecer, nem transporte disponível para trazer os
estudantes que moram na zona rural até as escolas. "O município de
Ourilândia está passando por muitas dificuldades. Os recursos da educação foram
todos desviados. A licitação para merenda escolar, que deveria ter sido feita
em maio, quando a anterior venceu, não foi feita e agora não há o que servir
para as crianças. Os recursos são do Governo Federal, do Fundeb (Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) são repassados para a
Prefeitura normalmente, o que está acontecendo em Ourilândia é um problema de
gestão', alertou a vereadora Zulene dos Santos.
Segundo o administrador do posto de combustível que fornece
gasolina para a Prefeitura, não há mais como manter a parceria, já que existem
débitos com o estabelecimento que ultrapassam o valor de R$300 mil, e que desde
o mês de março deste ano não existe qualquer pagamento. “O administrador do
posto foi informado pela Prefeitura que não há previsão para essa dívida ser
quitada. Esse é apenas um dos muitos locais que a Prefeitura deve e não pode
mais adquirir produtos. A Prefeitura da nossa cidade perdeu totalmente o
crédito”, alertou a vereadora.
Denúncia - O vereador Walter da Sagri vai além e denuncia as
manobras realizadas pela Prefeitura para obter ainda mais dinheiro da educação.
“Encontrei escolas sem luz por falta de pagamento das contas de energia,
algumas funcionam por meio de ligações clandestinas, conhecidas por “gato”.
Isso faz com que não tenha água gelada, não funcione ar-condicionado e impeça
que haja o mínimo de condições para que os estudantes possam aprender durante
as aulas. Nas escolas, turmas são unidas e as salas de aula ficam com mais de
50 alunos em cada, e sabem porque¿ Para poder ter como reduzir a carga horária
dos professores e assim, sobrar mais dinheiro da educação para ser desviado”,
alerta o vereador.
Ainda de acordo com ele, a Secretaria de Educação mantém
diversos funcionários fantasmas, entre eles, a mulher do Zequinha Marinho,
candidato a vice-governador do Estado na coligação de Simão Jatene e a filha e
o genro da secretária de educação do município. “Eles tiram vagas de
professores para colocar parentes e amigos para apenas receber contra-cheque. É
um absurdo”, disse Walter.
Problema na gestão – Em junho deste ano, o prefeito Maurílio
Gomes foi afastado do cargo após de denúncias do Ministério Público e responde
na Justiça por improbidade administrativa e crime ambiental. Durante seu
afastamento, a vice-prefeita de Ourilândia, Ângela Liberato, fez uma varredura
nas contas do município e encontrou diversas irregularidades e dívidas que
chegam a R$9 milhões.
Entre os dividendos estão, por exemplo, R$600 mil para a
Celpa, provenientes de contas de energia elétrica de diversos estabelecimentos
públicos não pagos, gerando corte e falta de energia em escolas, feiras, praças
e até mesmo na rodoviária e no aeroporto. Supermercados, postos de combustível,
fornecedores de materiais de utilização contínua também são outros locais que a
prefeitura deve, bloqueando serviços e deixando a população na mão. “Já que as
dívidas não foram pagas, esses fornecedores deixaram de repassar material para
a Prefeitura. Assim, cidade está praticamente bloqueada. A dívida em
supermercado, por exemplo, onde são adquiridos produtos de limpeza, higiene e
de merenda escolar, chega a R$1 milhão” condenou Ângela Liberato.
O prefeito Maurílio Gomes voltou ao cargo no dia 16 de
junho, após conseguir liminar da Justiça. O jornal tenta contato com a
Prefeitura de Ourilândia do Norte e com a Secretaria de Educação para
esclarecer as denúncias.
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