quarta-feira, 9 de julho de 2014
Vereadora fez denúncia sobre esposa do deputado |
A vereadora Zulene dos Santos revelou que a descoberta do “esquema” só aconteceu porque a liminar da Justiça era para desocupar imediatamente o prédio do município e por isso não deu tempo de os acusados levarem todas as provas. “A secretária que assumiu recolheu as agendas e dentro delas estavam dois comprovantes de depósito feitos na conta da esposa do deputado Zequinha Marinho”.
Segundo Zulene, na Secretaria de Educação não há funções fora do município, nada de assessoria e mesmo que houvesse, o prefeito deveria elaborar um projeto de lei e enviar para Câmara, para ser aprovado. “Como é que se contrata uma professora com carga horária de 250 horas para ser assessora? Outro crime que cometeu é o desvio de função, que não justifica. Ele (prefeito) pagou indevidamente e ela (esposa de Zequinha) recebeu indevidamente. Queremos o ressarcimento, não é justo pegar o dinheiro do FME para pagar pessoas que não trabalham”, desabafa Zulene.
Nota do prefeito
Através de nota enviada ontem para o Jornal CORREIO - mas não assinada de punho e em papel sem timbre - o prefeito afastado de Ourilândia do Norte, Maurílio Gomes da Cunha, pediu direito de resposta sobre reportagem publicada na edição anterior deste veículo, mas, em verdade, sua versão já tinha sido ouvida e devidamente veiculada.
Na carta entregue ontem, Maurílio afirma que as acusações são “tendenciosas e inverídicas e não condizem com a verdade”.
Segundo ele, a professora Júlia Marinho, na condição de pedagoga, com habilitação em administração escolar, especialista em gerência escolar, pós-graduada em gestão escolar e mestranda em educação nunca foi funcionária fantasma da prefeitura de Ourilândia. “Mesmo tendo sido contratada como professora, seus serviços foram prestados ao município até o mês de abril passado como técnica, prestando consultoria na área de educação visando a captação de recursos junto ao Ministério da Educação”.
Nota da Redação
O prefeito Maguila não explica por que uma pedagoga com tantas especializações em gestão escolar não estava lotada na direção de uma escola, por exemplo. Nenhuma de suas qualificações aponta para conhecimento especializado em captação de recursos, como quer fazer crer o gestor municipal afastado pela Justiça,
O salário de Júlia Marinha era de R$ 2.937,50 e ela tinha uma carga horária invejável que nenhum município adota mais, por recomendação do MEC (Ministério da Educação) de 250 horas/mês. Em Marabá, por exemplo, o máximo que um professor pode trabalhar são 200 horas.
Assim como na última terça-feira, ontem, segunda-feira, a Reportagem tentou falar com o deputado Zequinha Marinho, por telefone, mas as ligações chamavam até serem encaminhadas para a caixa de mensagem. Sua assessoria informou que ele estava em trânsito na campanha para vice-governador e só poderia se encontrado, de fato, pelo celular.
Já o prefeito Maurílio Gomes, que havia atendido a Reportagem por duas ocasiões, por telefone, ontem as ligações eram encaminhadas para a caixa de mensagem após as chamadas. (Ulisses Pompeu - Correio do Tocantins)
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