Por Roserval Ramos e Antônio Guimarães
Os Deputados Edmilson Rodrigues (PSol),
membro da comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa e
Milton Zimmer, que também é presidente estadual do PT, estiveram em
Xinguara nesta sexta-feira, 06, para tentar intermediar um dialogo entre
o prefeito municipal Osvaldinho Assunção e representantes do Sintepp,
Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará, para que fossem
retomadas as negociações em relação à greve dos trabalhadores em
educação da rede de ensino municipal, que já dura quase 60 dias.
Edmilson Rodrigues e Milton Zimmer
chegaram a Xinguara por volta das 9h30 da manhã. Inicialmente, o que
chamou a atenção dos parlamentares foi à greve de fome deflagrada por 08
educadores que já dura cinco dias. Os deputados foram direto para
frente do Ministério Público, onde se encontravam os educadores em greve
de fome. Após constatar a real situação, os parlamentares foram para a
sede do Sintepp, onde participaram de uma reunião com os membros da
diretoria do Sindicato e com a comissão de negociação. Em seguida, foram
para uma reunião com o prefeito Osvaldinho em seu gabinete.
Participaram da reunião além dos dois Deputados, o advogado Braz Mello,
Vilmones da Silva, Secretario de Educação e o presidente da Câmara de
Vereadores, Dorismar Altino Medeiros.
Após a reunião, Vilmones respondeu
perguntas da imprensa. Ele disse que tudo que já está em andamento
continua, afirmou ainda que as contratações temporárias são legais e a
prefeitura não tem como voltar atrás ate que saia uma decisão Judicial
e, que, como combinado na reunião, estará em Belém a convite dos
deputados para tratar do assunto na Alepa.
Também falou a imprensa, o deputado
Edmilson. Antes de ir ao gabinete do prefeito, Edmilson disse que veio
como parlamentar, designado pela Alepa, onde foi aprovado por
unanimidade a vinda de uma comissão representando todo o poder
Legislativo do Estado, inclusive do próprio PMDB que é o partido do
atual prefeito de Xinguara.
Na condição de parlamentar estadual,
Edmilson disse que veio para intermediar o dialogo entre as partes onde
segundo ele, suas primeiras articulações transcorreram a partir dos
contatos com lideranças peemedebistas, “conversei com a deputada Nilma
Lima, presidente da Comissão de Educação da Alepa e com o deputado
Parsifal Pontes, líder da bancada do PMDB e, ao procurá-los, disse a
eles que esta comissão vinha com o objetivo de abrir um dialogo, não
vamos impor, pois, não temos autoridade para isso, mas vamos tentar
sensibilizar as instituições como o Ministério Público, o Poder
Judiciário e o prefeito para que eles possam entender que a educação
merece outro tipo de direção e, para isso, o dialogo é a solução”, disse
Ele.
O deputado condenou também qualquer ato
que caracterize violência e que seja entendida como repressão, por
exemplo, como desconto em folha ou ate mesmo algumas ameaças das quais
lhes foram relatadas. Segundo ele, caso sejam procedentes as
informações, alguma medida precisa ser feita na tentativa de não se
permitir qualquer tipo de atentado contra a integridade dos
trabalhadores.
“Sei que para ser prefeito precisa ter
voto e ser visto pelo povo como uma pessoa que tem sensibilidade social
e, com isso, eu acredito que ele vai ceder ao dialogo”, afirmou
Edmilson.
Quando perguntado sobre até onde a
presença dos deputados em Xinguara poderia influenciar para que os
trabalhadores em educação pudessem sair da greve de fome, Edmilson
respondeu que, trata-se de uma situação extrema e muito preocupante, no
entanto, ao demonstrar sua preocupação, ele deixou claro que a decisão
de cada um seria respeitada.
Ao final, foram acordado que, o diálogo
será retomado na quarta-feira, 11, quando o prefeito Osvaldinho se
comprometeu em comparecer na Assembleia Legislativa acompanhado do
Secretario de Educação Vilmones da Silva, onde se tentará conciliar,
juntamente com o representante do Ministério Público e representantes do
Sintepp um acordo para que, assim, se chegue ao fim da greve. Já em
relação aos grevistas de fome, que se encontram em frente ao Ministério
Público, a deliberação foi pela permanência do protesto, pois, os mesmos
ainda não se sentem convencidos de que se tenha alguma solução para
suas reivindicações.