quarta-feira, 30 de abril de 2014

A defesa de
Décio decidiu recorrer da sentença, e o réu aguarda em liberdade até o
julgamento de todas as instâncias.
Dezinho era presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do
município, e lutava pela desapropriação de terras para a reforma agrária
na região.
Segundo
entidades ligadas aos direitos humanos, ele foi morto no dia 21 de
novembro de 2000, em Rondon do Pará, sudeste do Estado, por denunciar
práticas de trabalho escravo e apoiar famílias de sem terras.
O julgamento foi iniciado na manhã desta terça em Belém, e foram ouvidas
três testemunhas de defesa e outras três de acusação, entre elas um
homem que que depôs encapuzado e afirma ser irmão de Pedro, o pistoleiro
que prestaria serviços para Delsão. Ele faz parte do programa de
proteção à testemunha, do Governo Federal.
Décio chegou
a afirmar, durante depoimento nesta tarde, que não conhecia o
sindicalista assassinado.
O réu, conhecido como Delsão, afirma que nunca teve suas terras
invadidas e negou conhecer diversas pessoas que constam nos autos do
processo como participantes do crime, inclusive Domício, conhecido como
Raul, teria providenciado a arma usada no crime.
Décio Nunes confirmou que conhecia Pedro, um pistoleiro que, segundo a
Sociedade Paraense de Defesa de Direitos Humanos (SDDH), fazia serviços
para o réu.
Este é o
terceiro julgamento do caso Dezinho. Wellington de Jesus da Silva, que
foi preso logo após o crime, foi condenado a 27 anos em regime fechado
em 2006. Segundo a Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, o
réu teve progressão de regime em 2007, fugiu após receber saída
temporária de natal e está foragido.
Em outubro
de 2013, Domínio de Souza Neto e Lourival de Souza Costa foram julgados e
absolvidos pelo mesmo crime. Todos os julgamentos do caso foram
realizados em Belém. Décio Nunes, apontado como mandante do crime, teve o
processo desmembrado, e por isso está sendo julgado apenas em 2014.
(G1.PARÁ)
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